SAUDADE A OPRIMIR MINH’ALMA
Saudade!
D’alado coração no prelúdio de seus primeiros dias
A se embalar na cadência de suas antigas canções
E agora, a tão doce inocência de mim fugiu... e foi embora
Quão lamentável!
Em minh’essência que neste momento pranteia... e chora
Ó levíssim’alma dos suaves tempos de outrora
Tão pura a que era!
Tão linda!
E tão solta!
A que podia se ascender qual pluma para o elevado céu
A flutuar levemente...
E agora, que pena!
Pelo que pesada e presa, pois se encontra
Já não mais consegue o que antes em tal grau fazia:
Voar... voar... e voar
Oh, não mais... com certeza... não!
Tudo passou!
Pela gravidade que não mais a permite
A que atrai para o mais baixo... de si mesma:
Para o lodo de seu chão... ou para o fundo da terra
Ou seria pela gravidade de não ser mais o que então era:
Pura... livre... solta...?
A que por isso nest’instante... vede que não é mais bela!
Saudade!
Instantes tão vívidos
Momentos sentidos
Vida de verdade
Mas que de mim debandou
E minh’alma no presente enternecida...
Oh, tanto geme... soluça... e grita
A atormentar-se de mil lamentos
E assim, em nome da infinita e divina misericórdia
Compaixão real
Amor de verdade
De joelhos peço encarecidamente à mãe Vida:
Se for castigo do qual mereço e por isso o vivo
Que não o seja... por tod’eternidade