SAUDADE A OPRIMIR MINH’ALMA

Saudade!

D’alado coração no prelúdio de seus primeiros dias

A se embalar na cadência de suas antigas canções

E agora, a tão doce inocência de mim fugiu... e foi embora

Quão lamentável!

Em minh’essência que neste momento pranteia... e chora

Ó levíssim’alma dos suaves tempos de outrora

Tão pura a que era!

Tão linda!

E tão solta!

A que podia se ascender qual pluma para o elevado céu

A flutuar levemente...

E agora, que pena!

Pelo que pesada e presa, pois se encontra

Já não mais consegue o que antes em tal grau fazia:

Voar... voar... e voar

Oh, não mais... com certeza... não!

Tudo passou!

Pela gravidade que não mais a permite

A que atrai para o mais baixo... de si mesma:

Para o lodo de seu chão... ou para o fundo da terra

Ou seria pela gravidade de não ser mais o que então era:

Pura... livre... solta...?

A que por isso nest’instante... vede que não é mais bela!

Saudade!

Instantes tão vívidos

Momentos sentidos

Vida de verdade

Mas que de mim debandou

E minh’alma no presente enternecida...

Oh, tanto geme... soluça... e grita

A atormentar-se de mil lamentos

E assim, em nome da infinita e divina misericórdia

Compaixão real

Amor de verdade

De joelhos peço encarecidamente à mãe Vida:

Se for castigo do qual mereço e por isso o vivo

Que não o seja... por tod’eternidade

Estevan Hovadick
Enviado por Estevan Hovadick em 26/06/2018
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