Vidros quebrados
Há na folha caída
Muitos espaços vazios
Lembram janelas
Com vidros quebrados,
Cacos de vidro
Que emolduram sonhos
E cortam pergaminhos,
Dividindo as palavras
E o vento...
Há, nesses espaços vazios
Barcos a deriva,
Flutuando na lágrima,
No silenciar das ondas
Uma pausa no tempo-
Nesses espaços vazios
Há, um labirinto tão frágil-
Não mais pulsa teu coração
Mas, ainda a seguro com cuidado
A folha esmaecida
Despedindo-se em tons de sépia
Segue em direção ao céu azul
Feito alma que partiu
Ao encontro
Da verdadeira -
Vida.
Ah, esses espaços vazios...