NOSTALGIE/NOSTALGIA
Há tantos versos que não anotei e agora não mais os recordo,
Há tantos pesadelos que outrora sonhei
E que não mais me impedem de voltar a dormir quando acordo
Não há mais segurança em nenhum lugar, manhãs parecem noites
Mas vejo um lume cálido no cume da montanha da esperança
E não me alcança nenhuma sombra covarde com seus açoites
Um raro entardecer me faz enternecer num sorriso, de alma lavada
Ao contemplar libélulas e borboletas em revoada num bailar sem igual
O piado estridente da passarada, harmonizado com a risada da criançada
Como uma canção uníssona em bemolizado tom angelical
Imagens de um mundo incólume causa-me adorável torpor
O vento sopra um perfume suave e canta em tom grave uma canção especial
Abraça-me a fé, a paz me encanta, me inspira o amor
E a vida se faz pragmática na nostálgica tarde outonal