Suave coisa nenhuma
"O tempo passa
a gente, se afasta
meu interior se despedaça.
Em minha boca surge uma amordaça
sempre que penso em levar-te meu coração
ficando assim, sem opção.
Numa tentativa fugaz de me esvair dessa solidão
levo meu corpo a outros corpos.
Juntos, entram em combustão
e eis que surge a questão: será se já não estou farta dessa exaustão?
Infeliz a mulher que por mim se apaixonou
mal sabendo ela que eu por ti estou
me debulhando em amor e tesão
coitada, que decepção!
Mas como a vida é engraçada, né?
uma hora você se encontra entrelaçada
junto às pernas daquela mulher que te enlouquece
e noutra, você sequer sabe o que mais te apetece...
Me enfurece saber que, talvez daqui um tempo
nós não mais existiremos
ou será que já não mais nos pertencemos?
Ressalto nestes dois próximos versos
que me esquivarei de qualquer paranóia
mas gostaria de salientar
que espero por ti o tempo que passar
porque desde que minha alma fitou a sua
nenhuma outra me tirou desse estado de loucura..."