MENINO SAÍ DE CASA
MENINO SAÍ DE CASA - João Nunes Ventura-04/2018
Todo ano que se passava do sertão me despedia
Meu pranto sempre rolando a saudade que doia,
Minha mãe me beijava ao alvorecer daquele dia
Garoto ainda eu chorava e a tristeza me cobria.
O caminhão na estrada em sua cabine eu viajava
De apenas treze anos em outra cidade estudava,
Bem longe de casa sem minha mãe que eu amava
E longe dos seus abraços eu não me acostumava.
Na estrada da minha vida amargurado até chorei
Desafios foram muitos e na solidão me encontrei,
Assim o meu amor que na cidadezinha eu deixei
Logo por outro se apaixonou sem amor eu fiquei.
Então anos se passaram eu voltei ao meu sertão
Essa casinha que eu morava é de outro cidadão,
Um senhor muito distinto e de um bom coração
Eu entrei na moradia e a lágrima rolou ao chão.
Lá no meu sertão tantas recordações de infância
Os meus sonhos os amores e a minha esperança,
Logo assim eu chorei como eu chorei em criança
A separação que maltrata e meu coração balança.
Os meus irmãos na casinha alegrias eram demais
As memórias dos meus pais não esqueço jamais,
Quantas festividades quantos sonhos foram reais
Hoje eu ainda choro as lembranças que o dia traz.
Poema em rimas retrata meus dias de mocidade, quando jovem ainda, do convívio de meus pais, para estudar fui obrigado a saí de casa, para bem distante seguir meu destino.