LEMBRANÇAS DO AMIGO QUE PARTIU
Pranteia agora o tempo em minh’alma
Aquela amizade querida de outrora
A que não mais se encontra
Foi-se ela embora... e fugiu... sem se despedir
Das ensolaradas tardes a escapar entre os dedos da vida
A que não sei se fora ela ou não a me roubá-la
Ah, como a lembrança se faz vítima do remorso!
Do doce apreço a ser-me, pois pelo tempo agraciado
Todavia, achei ser, em verdade, apenas aleatório
Ou se diria... filho do acaso
E, deste modo, à vida não então a agradeci...
Que pena!
Como fui tolo... e cego!
Mas se neste instante choro a privação de meu companheiro
Daquele camarada que não mais se encontra
Não seriam minhas lágrimas a reconhecer então ao tempo
A graça de tê-lo em minha vida aparecido e vindo?
Então, não lastimarei por ter ido, pois embora
Alegrar-me-ei pelo prazo em no meu viver... tanto nele esteve
E louvarei à vida pelo presente... o qual ela me deu:
Este meu grande amigo... e fiel companheiro de estrada