MENINA DE FOGO
Menina de Fogo
Hermann
Ente
ardente.
Sol da tarde
teu coração vermelho.
Teu olhar centelho.
ar de tristeza
paixão
poesia
amor.
És doação.
Dás e ainda
nós homens te roubamos
solidariedade
segredos
sonhos.
E sem ação
te deixamos só.
Sugamos sentimento
sôfregos sem pensar
que nada deixamos além do vazio
rubro tal o fogo
incendiário de teus cabelos
revoltos.
Revoltas.
Sem considerar teu coração
teu peito
onde vândalos,
vamos atrás do calor
seguindo o palpitar
que é a tua força.
Sugam todos.
Semeiam.
Alguns somem
outros somam...
Mas não cuidamos ou cismamos
porque o aperceber masculino é assim,
descuidado:
Reciprocidade
não é coisa do coração
que se agarra
á mulher
doação
brotação
mutação.
Mulher ânima
que se materializa
assim qual luz
dos elevados humanos
que conhecem a missão
de se queimarem
para aquecer
gestar vida
iluminar
parir.
E sendo assim, tão ardentemente
mulher
que se doou
que se doa
e doará
vida
vermelha
és bela.
Ah, Menina de Fogo
minha guia estrela distante
sanguínea, vívida
toda amor...
E eu só posso,
aqui em baixo
sensível rústico masculino
dizer que brilho do teu oxigênio
do rubi que vejo
solar tua fronte.
Aqui em baixo
entre o vermelho de tua vida
e o meu negro pressentir primitivo
espero que tu me envies
amor que liberta,
deixa viver.
Se eu pudesse compreender
no sentir carmim e quente
o amor que deste
ao meu peito negro....
Ah, Menina de Fogo...
aqui embaixo faz tanto frio
é tão só
que eu
tacitamente
silenciosamente
sangro.
12.04.2005