UM RANCHO, UMA MOENDA

Que farei com todo esse meu rebanho?
Isto é, se for mesmo embora pra cidade,
vendo que são minha receita,meu ganho,
mas estou pensando e na minha idade.

No meu viver será um grande estrago
e o lamento parece que já estou ouvindo,
lá não terei o meu riacho e nem o lago
a tristeza e a saudade já estou sentindo.

Se for mesmo me tornarei um doentio
creio não poderei conter meus suspiros,
por que lá o meu mundo será sombrio
não verei mais as ovelhas nem os retiros.

Que essa idéia na minha alma não acenda
pois ainda não sei o que no caso faria,
não morrerá a saudade do rancho,da moenda
creio que não me acalmará nem a poesia.

Todos os animais terão outros pastores
mas penso que não aceitarão outro dono,
eu já sei que morrerão todas minhas flores
não irei, sou feliz, não perderei o meu trono.

Pensando,não quero enfrentar o tormento
deixar de tudo, esse lugar que sempre viví,
decidido, vou obedecer o meu sentimento
no sitío ficarei,minha vida terminará aqui.
GIL DE OLIVE
Enviado por GIL DE OLIVE em 01/04/2018
Código do texto: T6296878
Classificação de conteúdo: seguro