Suspiros da Alma
"Amantes rouxinóis, que enterneceis
Com vossas queixas meu aflito peito;
Dizei-me, tristes aves…
(…)
Por quem são estas lágrimas que choro…"
(J. Anastácio da Cunha)
Quando estava à janela,
Zéfiro por mim passou,
Ouviu meus suspiros d'alma
E triste também ficou!
Eu estava suspirando,
Beijando aquela flor
Que tu me deste um dia,
No nosso "ninho d'amor";
Junto à flor, a saudade,
O meu pranto fez brotar;
A lágrima fugidia
Dos meus olhos a rolar…
No pranto que derramei,
Lembrei-me dos nossos beijos,
Naquele sonho dourado
Que adornava os desejos…
E junto à mim, à janela
Zéfiro também chorou,
E na tristeza infinda
Ele nunca mais voltou!