MOMENTOS
Desejei ardentemente poder ver
Os meus olhos nos teus mirar
Para completar o êxtase de rever
E de novo minh’alma alegrar.
Porém, tua triste face transparece
Um instante de intensa nostalgia
Que tentas vencer, mas desvanece
Invisível mau que em teu ser ardia
Tua boca tremula e silenciosa
Me fala de um tempo de agonia
Que afasta toda paz teimosa
Desfazendo já frágil harmonia
Que fazer se somos cinza e pó
Cheios de um sopro de existência
Cuja vida é de um momento só
A refletir nossa tola insistência
Mas, se tua luta não tem tréguas
Sem deixar teu espirito aquietar
Para, assim, distante tantas léguas
Uma singela paz, enfim, desfrutar.