Meu sertão acabou
Quisera ouvir neste instante
De cima da cachoeira o som do berrante
Sentir o cheiro do capim orvalhado misturado ao café
De longe a orquestra de pássaros das velhas manhãs
Cadê o velho carro de boi
Trotar dos cavalos em meio o pó
O sol amoitado na serra
Aquarela mais que perfeita do criador
Onde ficaram as festas juninas, foguetes, pipoca,
Bolo de milho, beijinho, doce de leite, quentão
A correria da molecada, guingorraia, bolinha de gude
Como era doce meu querido sertão
Diz o ditado que o velho esta no novo, é progresso
O sertão era colorido, da cor da terra, do mato, da estação
Estava dentro da poesia que alegria, a novidade esta morta
Meu sertão não tem vida, amarga miragem, alucinação
Lamuria ou choro tristonho
Onde estão os colonos,
Pequenos lotes, o pasto tomou
Oh boi espantou!