Memórias de ti
Certo dia te agradeci
assim, do nada
mais pela gratidão em si
e me perguntaste
[obrigado por quê?
Eu, confessadamente,
nem hesitei:
[pelas memórias que tenho de ti.
Não preciso te tocar
para te sentir
nem te ver
para estares no meu olhar.
Minha memória de ti
é tão forte
que é melhor não acessar
pois passo a sonhar
ver e sentir
como se ainda estivesses aqui.
Se pudesses me ler
ver e sentir
não estarias a me perguntar
[obrigado por quê?
Estarias a construir
novas memórias
aquelas que não pude ter
[memórias que teria de ti.