Tutti
Não sei dizer o que houve em mim
Para deixar que partisse assim
Se distração, coragem ou loucura
Ou se juramos algo não resistente a quebradura
O fato é que sinto sua ausência
O feito trouxe a mim certa demência
A foice retirou de mim a existência
A fantasia é sempre com sua permanência.
Há um vazio em mim e uma dor perene
Hoje é um dia estranho
Nunca imaginei estar sem que estivesse
Para quem ligo e parabenizo?
Nessa ferida aberta em meu peito
Findo sempre um breve recomeço
Tento vê-lo sorrindo do seu jeito
O eterno menino travesso
Mas vejo agora apenas seu corpo inerte
Suas mãos caídas, a cabeça reclinada
Olhos selados para sempre
O ser mais razoável agora rígido.
Em memória de meu adorável irmão Emilson Pedra ou simplesmente: Tutti