Tutti

Não sei dizer o que houve em mim

Para deixar que partisse assim

Se distração, coragem ou loucura

Ou se juramos algo não resistente a quebradura

O fato é que sinto sua ausência

O feito trouxe a mim certa demência

A foice retirou de mim a existência

A fantasia é sempre com sua permanência.

Há um vazio em mim e uma dor perene

Hoje é um dia estranho

Nunca imaginei estar sem que estivesse

Para quem ligo e parabenizo?

Nessa ferida aberta em meu peito

Findo sempre um breve recomeço

Tento vê-lo sorrindo do seu jeito

O eterno menino travesso

Mas vejo agora apenas seu corpo inerte

Suas mãos caídas, a cabeça reclinada

Olhos selados para sempre

O ser mais razoável agora rígido.

Em memória de meu adorável irmão Emilson Pedra ou simplesmente: Tutti

André Fernandes e Pedra Mateus
Enviado por André Fernandes e Pedra Mateus em 19/01/2018
Código do texto: T6230176
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