SAUDADES NO CAIS DEIXEI

Saudades no cais as deixei

Saudades no cais deixei

ficando assim aliviado,

esqueci quem tanto amei

jamais serei atraiçoado.

O mar, esse sei que é traiçoeiro,

mas a ele estou habituado,

o tenho por amigo e companheiro

sei que dele sou sempre amado.

Suas águas vou percorrendo,

as marés as vou contando

e aos poucos envelhecendo

mas dele sempre gostando.

Neste mar imenso e salgado

suas águas vou sulcando

tendo o leme bem calibrado

minhas mágoas vou soltando.

Tenho o mar e o céu por companhia.

à noite as estrelas cou comtemlando

e o sol que raia de dia

esses me vão acompanhando.

Vivo um pouco na solidão

não tenho com que falar,

fortalece meu coração

tenho Deus para me ajudar.

O rumo nunca perdi

com o norte sempre atinei,

foi nele que sempre vivi

e nele sempre estarei.

É sempre bom conselheiro

para quem com ele souber falar,

ele é bom é fiel companheiro

que sempre nos sabe amar.

Meu rumo está destinado,

ao longe o cais já avisto,

a ele ficarei amarrado

nesta viagem, tudo está previsto.

O mar, este, agora de berço me serve,

depois será minha sepultura,

minhas cinzas ele conserve

quando chegar a altura.

Depiis, para sempre nele repousarei,

findarão as minhas mágoas

e eternamente navegarei

em suas serenas águas.

Outros máres outros oceanos

irei então encontrar,

findam assim os desenganos

a quem na vida tanto soube amar.

ALENTEJANO ORIENTAL
Enviado por ALENTEJANO ORIENTAL em 24/08/2007
Código do texto: T621497