Fim de ano

O ano acabou
A esperança não.
Os dias no calendário,
todos riscados de vermelho.
Acontecimentos pretéritos.

Memória presente.
Dor presente.
Alma flanando
entre o corpo e a consciência.

A consciência lateja...
O que poderia ter feito?
O que poderia ter falado?
O que poderia ser diferente?

Mas, existem predeterminações
genéticas, históricas e
sobretudo emocionais.

Poderia ter sentido diverso?
E na dispersão dos sentimentos,
ter remorsos?
Ter saudades incuráveis.

Você foi embora.
Outras referências desapareceram.

O que restou são
reticências de fim de ano.

Feliz ano novo!
Repleto de intenções renovadas.
Desejos requentados.

Alma higienizada
cada vez mais limpa
dos registros forçados.

Só prevalece, ao final,
a natureza atávica de
cada ser humano.
GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 29/12/2017
Código do texto: T6211444
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