Saudade & Loucura

A saudade foi cruxificada na sebenta poética.

As plumas secam tinta-da-china para não reescrever a poesia…

Um rouxinol noturno pousa no parapeito de madeira e cantarolando chora de saudade, onde acordo em mil e uma ressaca gritante e zangado pelo nevoeiro ter feito posse definitiva dos campos floridos. Enxoto o rouxinol que voa em zig-zags travessos e chilreios de troça pela decadência do poeta. Chilreia de troça nos delgados ramos de cerejeira avistando ao longe a saudade… de joelhos, braços erguidos, os olhos iam tão longe, tão longe como os céus reino da águia Real.

A cegueira apoderou-se do corpo com dedos finíssimos, descendo os dedos aos lábios e beijo-os no aroma da sua própria pele perfumada. Havia na poesia uma máscara de ansiedade, e a lua tinha nos olhos claros uma lágrima de saudade!

Febo
Enviado por Febo em 28/12/2017
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