Sociedade dos poetas mortos
Um painel vazio se estende diante de mim
Restos de um tempo em que me imagino feliz
Lembrança bem-quista que me faz pedir bis
Toda vez que a euforia chega a seu fim
Outrora fora a morada de poemas e folhetins
Espaço de encanto e regozijo a meus olhos vis
Que lá encontraram inebriante chamariz
Ao apreço e produção da arte e seus afins
Mas agora é tarde
Os poetas se perderam
Em meio às responsabilidades
E então desaprenderam
A usar sua sensibilidade
Jaz um espaço onde nobres emoções senti
Sepultado sem alguém a quem se despedir
Deixado ao relento até o brilho se extinguir
Anúncio de uma tragédia a qual não previ
Desfez-se o orgulho advindo dali
Alunos vagueiam alheios a seu existir
Sendo que muitos jamais irão ouvir
Sobre as proezas mantidas e tidas ali
Quanta crueldade
Escritos que morreram
Pela falta de amabilidade
Ao que todos entenderam
Ser o fim da sociedade
Dos poetas Mortos