Volta minha querida avó!
Deveria de haver um caminho
para regressar da morte!
Cultivei meu roseiral
com as mãos cheias de espinhos,
os olhos secos de tantas lágrimas
verter e o coração mutilado por te perder.
Que músicas escutas em tão triste escuridão?
Não me ouves chorar… não dás por mim?
Em que floresta… rio ou mar fica a morte?
Ou será apenas dentro de mim
que tudo escureceu sem ti!
Queria falar contigo agora
dizer-te que já não sou mais moleque
e já sei o que significa o medo!
Medo que já não oiças música
e tu não possas olhar as minhas rosas.
Medo de não regressares da morte!
Se ao menos estivesse ai contigo
voltaria a sentir teus beijos ou lágrimas
na minha ou na tua face,
que era apenas uma quando me acarinhavas.
Lembras-te?
Não me peças isso!
Vem! Já coloquei a cadeira de balouço
em frente ao jardim.
Estás linda! Sentada, olhando as rosas,
e tão longe
que nem dás por mim.