Volta minha querida avó!

Deveria de haver um caminho

para regressar da morte!

Cultivei meu roseiral

com as mãos cheias de espinhos,

os olhos secos de tantas lágrimas

verter e o coração mutilado por te perder.

Que músicas escutas em tão triste escuridão?

Não me ouves chorar… não dás por mim?

Em que floresta… rio ou mar fica a morte?

Ou será apenas dentro de mim

que tudo escureceu sem ti!

Queria falar contigo agora

dizer-te que já não sou mais moleque

e já sei o que significa o medo!

Medo que já não oiças música

e tu não possas olhar as minhas rosas.

Medo de não regressares da morte!

Se ao menos estivesse ai contigo

voltaria a sentir teus beijos ou lágrimas

na minha ou na tua face,

que era apenas uma quando me acarinhavas.

Lembras-te?

Não me peças isso!

Vem! Já coloquei a cadeira de balouço

em frente ao jardim.

Estás linda! Sentada, olhando as rosas,

e tão longe

que nem dás por mim.

Febo
Enviado por Febo em 24/11/2017
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