A Centelha e a Incerteza

Que tristeza é essa que me arrebata?

Mesmo reclamas até minhas duras entranhas.

Senão a dor d’outrora que dispara?

Sim, senão o mesmo espinho que arranha.

Que tristeza é esta? Tristeza nefasta.

Ó dor da morte! Mostra-me tuas artimanhas?

N’alma soma-se as outras, que ingrata!

Finados, não me lembres, pois vejo andorinhas...

A pronunciar a lágrima de todas as tristezas.

Ó maravilhosa! Ó maldita! Ó bendita chuva!

Decida-te, por favor, só pela beleza.

Aprendi que assim é toda a minha certeza;

Às vezes, seu sabor é amargo como esquecida uva.

Até um outro dia, até o amanhecer das incertezas.