Dia 12, sobre ressignificar afetos — Os 31 dias de escrita sobre nós (?)
É não suportar a ideia de você sofrendo.
Tao pouco imaginar você afogado em meio a tantas angústias,
ao ponto de não conseguir emergir.
Tuas asas foram podadas,
ou acorrentadas?
Caso foram podadas, vai em busca de terrenos férteis,
que ti proporcionarão alimentos saudáveis,
para crescerem fortes e alçar voos magníficos.
Caso tenha sido acorrentadas,
tenta perceber as estratégias do teu algoz,
identifica seus pontos fracos,
e assim, lute para vencer “um leão por dia”,
e quebrar essas correntes que te aprisionam,
que impedem de contemplar teu voo no céu.
O dia foi tenso,
a tarde inquieta,
a saudade percorreu cada segundo,
a reflexividade atravessou todo o processo
de revisitar as decisões tomadas.
Até que deixei o coração falar alto,
quando consegui um entendimento dele
em coerência com a razão.
Quando juntos perceberam que o diálogo era o melhor caminho.
Quando impulsionaram a ideia de não desistir de nós.
Pelos afetos e desejos construídos,
pelas trocas realizadas,
de olhares, de respirações, palavras e conexões,
não poderia dizer adeus,
e abrir mão da possibilidade de felicidade que corre entre nós.
A noite foi mais leve.
Após tomadas de decisões dialogadas,
nas tentativas de maturidade que inebriaram nossos “eus”,
formadores do nosso “nós”,
que é tão eu e meu,
que é tão você e seu.
E com o teu “boa noite, meu bem”.
Eu repousei em paz.