Colorindo a saudade
Preciso colorir minha saudade,
que hoje é um retrato, em branco e preto,
a envelhecer, nos versos dum soneto,
as lembranças frugais da mocidade.
Preciso colorir minha saudade,
que hoje veste um cinza desbotado,
como se fosse nuvem do passado
a mitigar, do sol, a claridade.
Vou roubar o pincel, talvez a pena,
dalgum jovem poeta inda sem fama.
Mirar, da lua, o brilho, sobre a lama
como aparece em fita de cinema.
Vou deixar a saudade num poema
e levar o passado para a cama.
Preciso colorir minha saudade,
que hoje é um retrato, em branco e preto,
a envelhecer, nos versos dum soneto,
as lembranças frugais da mocidade.
Preciso colorir minha saudade,
que hoje veste um cinza desbotado,
como se fosse nuvem do passado
a mitigar, do sol, a claridade.
Vou roubar o pincel, talvez a pena,
dalgum jovem poeta inda sem fama.
Mirar, da lua, o brilho, sobre a lama
como aparece em fita de cinema.
Vou deixar a saudade num poema
e levar o passado para a cama.