MADRUGADA
É pela madrugada que a poesia
inunda o coração.
Se junta ao violão para fazer canção.
E sai o seresteiro, vai cantando
sua paixão na noite fria.
No peito o amor faz festa
por conta da esperança
de que sua seresta
acorde a moça bela
que embala sua fantasia.
Vai ele pela rua
dedilhando linda melodia.
E faz uma canção pra ela
sob a luz clara da lua
como quem pinta uma tela
em forma de poesia.
E descreve a donzela.
Diz que ela é pura e bela.
Que, quando dá um sorriso,
nada mais é preciso
para valer a pena viver.
Chegando ao portão
está pronta a canção
que ele fez para a bela.
Expõe sua paixão
e, em plena madrugada,
vê a luz do sol
brilhar lá na janela