LAMPARINA
Quem não morou na roça,
Por onde andava de carroça
Vendo a lua cheia
Calçado de chinelo e meia.
Ouvindo música caipira no rádio
Querendo assistir ao jogo no estádio.
Às tardes, chupando tangerina
Lendo revista iluminada à lamparina.
Esquentando fogo nas noites de inverno,
Ouvindo estórias sobre o inferno.
Bebendo leite do peito da vaca,
Comendo carne sem faca.
Às noites contando as estrelas
Pensando nas mulheres mais belas.
Quem já morou na roça
Ainda levar uma coça
Por ter misturado as bezerrinhas
E ter soltado as galinhas.
Acadêmico José Carlos de Bom Sucesso – Cadeira IX – Academia Lavrense de Letras – 28/10/2017