Ziguezagues da vida
Passa o trem, bem devagar
Soprando brisa gostosa
Pelas curvas sinuosas
Que outrora deram lugar
À juventude, ao meu lar
À infância, já perdida
Nas voltas vertiginosas
Nos recortes desta vida
O soar daquele apito
Choro agudo e doloroso
Enche o peito desgostoso
De nostálgico e infinito
Soluçar; calado grito
Carregado de saudade
Devolvendo pesaroso
À lembrança a mocidade
À parada demorada
Na nostálgica estação
Permiti minha emoção
Desde jovem, sufocada
Volver à sua morada
Lá na serra, muito além
Onde está meu coração
No ziguezague do trem