Divisor de aguas

Divisor de águas

Por Jorge Ribeiro

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Caminhava verso horizonte desconhecido

As pretensões eram apenas de seguir

Ao te conhecer a estrada era rumo ao precipício

Agora contigo a direção é outra

Não me pergunto aonde vamos

Apenas sigo passo a passo

Até aqui o chão se mostrava carcomido

Com imanentes mentiras e consciência corrompida

Busco restauração da indumentária insônia

Esfolando as minhas verdades trogloditas

Tento me afastar da miséria instaurada

Pra reconstituir a insubmissão de minha liberdade

Oscilo entre a tristeza e a solidão

Divago em etapas de orgulho e insanidade

Sou como os caretas do absoluto

Ou um tabaréu dos tempos virtuais

Maldita imaginação que provoca fadigas

Decadência condenada ao enfado

Entre lamber o chão da escolha

E gritar a autonomia do tédio

Optei viver as debilidades como vantagem

E fingir ser um pensador itinerante

A partir de você o desejo é aporia

E me desembriaguei das idolatrias e equívocos

Os sonhos excessivos se esvaneceram

As noites se tornaram menos evasivas

Menos tempo para preocupações e moralismos

Indiferentismo a reacionários e dogmáticos

Canções desarticuladas em notas retilintes

Depois desse encontro dual, divisor de águas!

Pejotaribeiro
Enviado por Pejotaribeiro em 14/09/2017
Código do texto: T6114118
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