Travesseiro de Saudades
Vestia saudade nos sonhos,
tecido etéreo, feito de bruma,
sem detalhes, sem plumas.
Neles, sentia apenas o onírico
distante do concreto real,
O desejo puro afastado do carnal,
ela e o seu amado Ícaro,
asas feitas de utopia, dormindo, usando fantasia,
fugindo do silente eu enfadonho,
encontrando-se em sua quimera,
reflexo de si, diáfana,
perdida no mundo, onde apenas ama
em vigília vaga, diluída, espectro.
Em sonhos,
faz-se plena.
Em sonhos,
estranhamente
sonha...