Eu nasci foi pra ser mesmo um caipira
Algumas vezes eu me pego cantando
as coisas que aprendi lá no meu sertão
e antes que eu esqueça vou tudo anotando
aqui neste branco papel com grande moção.
Eu nasci foi pra ser mesmo um caipira
e ainda sinto que o sertão é o meu lar
mas logo a lembrança desse sertão me tira
me trazendo de volta pra realidade e não chorar.
Então me recolho nos braços da memória
que aqui na cidade vai me fazendo sofrer
por saber que um grande pedaço da minha história
eu nunca posso mas sei que tenho que esquecer.
Voltar lá pro meu sertão seria na verdade
ir de encontro a um passado de glória
onde pude curtir a verdadeira felicidade
de um sertanejo que hoje só lembra e chora.
Mas aqui feliz eu também muito sou
por estar sempre perto de quem me ama
tenho que aceitar que o sertão também me amou
talvez seja por isso que até hoje Ele me chama.
Já dividi o meu saudoso coração em dois
um pedaço é da cidade e o outro do sertão
abraço com a saudade e deixo pra chorar depois
quando eu estiver a sós com o meu coração.