Talvez amanhã escreva uma poesia
Não sei porque as palavras estão fugindo de mim,
Os versos se escondendo, as poesias correndo
Por entre as lágrimas sem se fazerem poesias.
Os sentimentos parecem perdidos, confusos,
Fazendo dos pensamentos apenas sombras
Que se escondem num silêncio que não escrevi.
O papel se deita em minha frente, o lápis...
E uma borracha, do tamanho de uma imensa
Tristeza, dessas que não apagam palavras,
Mas apagam sonhos, apagam vontades,
Até mesmo a vontade de se buscar momentos
Que um dia vividos, cheios ainda de sentido,
Tentam ficar dentro de nós lembrando sempre
O que fomos um dia. Hoje, os versos, as rimas
Se perderam no tempo, ou dentro da alma,
As poesias, como se escrevessem o vazio de mim,
Ficaram silenciosas, inertes, nem se fazerem,
Pelo menos, poesias inacabadas, que fossem.
Nem fragmentos de mim quiseram ser hoje...
E por tanto, peguei saudades, tristezas, angustias,
Até a solidão, pus dentro de uma gaveta e...
Quem sabe amanhã escreva uma poesia?!