A Casa dos Sete Quartos
Na casa dos sete quartos
Portas rangem, mato é alto
Testemunhou tanta alegria
Hoje vive em sombras frias
Lá, onde o silêncio é farto
E ocupa os cômodos largos
Hoje mora somente a poeira
Telhado rico com eira e beira
Na casa dos sete quartos
Já se viu mortes e partos
Ainda dá fruta a mangueira
Mas já não há quem a queira
A saudade não deixa herdeiro
Somente pulsa dentro do peito
E brinca no canteiro da memória
E atravessa toda uma trajetória
Nas paredes dos sete quartos
Há mil sentimentos colados
Apesar de todo o abandono
Vende-se a casa, não os sonhos.