SAUDADES.
Saudades voltaram ao meu peito.
Trazendo do passado,
Todo pranto,
Que eu já havia chorado.
Não és mais surpresa,
Nem para comigo esteja,
Nem motivo de inveja,
Que outrora era certeza.
Já consigo caminhar,
Não chegas mais em mim,
Como antes fazias. Enfim
Levavas-me com outra deitar.
Foste muitas vezes minha guia,
Em noites de boemia,
Parecia-me como devoção,
Hoje vejo que eras devassidão.
Contigo, não mudamos a verdade,
Conseguimos somente a enfeitar,
Quando ias de verdade,
Ficava-me um espaço familiar.
Aprendi logo a distinguir,
Entre o mal que acontecia,
E o melhor que eu queria,
Agora. Vejo porque jamais consegui.
Vinhas sem chamar,
Chegavas sem avisar,
Ao passado me levar,
E meus segredos relembrar.
DOMINGOS INÁCIO.