QUANDO A SAUDADE APERTA...
“Ao meu pai: Homero Pereira da Silva.
*16.12.41 + 05.12.09”
Começou um tempo seco quando meu pai morreu.
Eu sei o que ele sofreu. Alguns diriam: descansou.
Já se passou um bom tempo e ainda ouço o timbre
da tua voz; ainda sinto bem intensa a tua presença!
Com quantos anos de saudade a dor deixa de doer?
Bom é saber ver até quando o outro não é presente.
Embora não sei se majora ou suaviza esta saudade.
Como esquecer um pai, sendo-o? É ilusório pensar!
Sou parte do teu olhar desconfiado, sou do sangue
que te corria nas veias. Ouço, ainda, teu chamado.
Que estas boas lembranças aliviem de vez os teus
pulmões; eles que te abafaram e te levaram daqui!
Com as minhas lembranças de ti era para me entrar
pela ideia a melhor poesia de todos os tempos. Era!
Mas, apenas me chega à saudade; companheira das
horas frias e mortas. Que tu sigas em paz tua trilha!