A Busca
Quem já não viu o amante contemplar,
De olhar fixo num ponto, horas de sonhos
E com a alma fora do corpo em êxtase?
Ai, quem lembra, dos dias gelados de inverno
Ou dias quentes de verão, diga-me:
Foram anos para entender a dança de estações.
A memória de criança proporciona alegorias,
Ainda mais quando feitos de prazeres inefáveis,
O amor, como sempre tivesse falado, de meu íntimo.
Mas não te enganes, não esqueci dos desenganos cruéis,
Enquanto me mantive refém das quatros paredes
Em noites que somente a lua sobrava inspiração.
Testemunhem o papel e a tinta expressarem,
O coração parar no estômago de tão ferido,
Da esperança que nunca morre, mas o inferno é isto.