Saudade

Sobre a BR 108, passa minha saudade. Além do meu coração. Além da minha visão. Além de mim mesmo passa essa emoção. (...) A saudade, em meu peito, está tão pulsante como que se fosse amor... ou paixão. (...) Este sujeito sinto-o sempre que uso devidamente a imaginação. Nela, estou perto de quem me ama (na mesma imaginação: na minha).

Sobre a BR 108, passou minha saudade. E, embora aquela tenha ido contra a minha vontade, não tento me aproximar dela por meio de sua prudente violabilidade, pois rejeitar a distância que persiste entre mim e ela pode-se configurar rejeição da capacidade de espera da qual também consiste o amor. Na verdade: se alguém houvesse que se chegar, não seria eu, porque - antes que eu me esqueça - foi ela quem de mim se distanciou...