Laços periféricos
Quando o véu da noite estende seu manto
E nos priva do brilho do dia,
Nos exibe gotas brilhantes no céu,
Que eu contemplo relembrando bons sons.
O deserto da rua é nostálgico,
Que com o suave balanço das folhas no chão,
Ou mesmo as rodas sujas do caminhão,
Preservam as paredes vermelhas de casas tortas,
Que, mesmo sendo iguais, são diferentes em si.
Perderam-se alguns anos,
Perderam-se alguns na vida,
A vida fez perderem-se alguns,
Enquanto o suor molhava a velha ladeira.
Nossas vidas principiavam ali...
Ali mesmo, em meio à fatalidade,
Travestida de comodidade.
Talvez as razões fossem menos explícitas.
Foram belas páginas de um velho caderno,
De capa dura e desenhos feios...
Ali aprendi como escrever.
Talvez em garranchos,
Mas não nos deixaram dizer as primeiras letras.