Observador
Quando tua face se esconde; a espera senta,
Na melhor poltrona, e observa tempo algoz;
Traz para perto a ausência dolorida, e tenta,
Longe, tão longe, trazer o som de tua voz...
Mas vem o vento, e dissipa brincando alegre,
Mistura sons, fica assim, rindo esse moleque;
E o coração. mesmo que a muito custo, regre,
O pensar dispersa, feito abanar de um leque.
E se desculpa, por tentar pouco, sonhar tanto,
E seguir nessa saudade, disfarçada de sorrisos;
Escondendo a face, molhada pelo triste pranto,
E o peito dolorido, batendo entre a dor e o riso.