ELEGIA MATERNAL
«O meu dezasseis de Junho»
Quando olho pelo portal do campo santo
Vejo sempre teu rosto claro e adorado
E hoje, não sei como mas por desencanto,
Sinto este meu olhar tão triste e exilado…
Mais de seis décadas já foram ultrapassadas
Sem qu´ alguma voz clareie esta longa história;
Deixaste para mim todas as madrugadas
Vazias de carinho, mas cheias de memória…
O mês de Junho, de uma calmaria imensa,
Alarga a tua imagem dentro do pensamento,
Mas a ausência de ti em nostalgia densa
Aviva na minh´ alma a aura do sentimento.
Qual filho pródigo venho, a este mausoléu,
Fazer sentir em mim, p´ la chama da poesia,
O teu perfil risonho co´ olhos da cor do céu
Qual elegia maternal de paz e harmonia.
Ó minha mãe, eu sei que tu nunca partiste
E estás sempre presente de saudade em riste!
Frassino Machado
In ODISSEIA DA ALMA