Inexistência.

Alma leve

Pensamento suave

Coração em paz

de repente a lembrança:

brinquedo esquecido

da criança que eu fui um dia

Sem querer algo me pesa

Uma certa tristeza

Vem sempre junto à saudade

e o tempo prosseguiu fluindo

Nesta vida da gente

Pouca coisa existe realmente

Pensamento é quase tudo

Portanto não vale a pena

Carregar lembranças que entristeçam

Quando a fruta apodrece

A semente germina

Uma coisa termina

Algo mais acontece

Pois nem sempre uma queda

Fatalmente

Quer dizer ruína

A gente pode sempre

Não lançar a pedra

Nem dizer palavra

Mas as coisas prosseguem

Estando aqui e ali

A vida rumando

A caminho de um fim

Talvez tudo simplesmente

Seja nada a caminho de nada

Porém

Ninguém afirmou, sem dúvida nenhuma

Que o nada

Realmente seja isso

Creio

Que talvez seja difícil agora

Olhar a tudo e compreender

Mas prossiga tentando

Intuitivamente a gente sabe

Que não nos cabem certas perguntas

Pois, nem todas elas

Juntas e mescladas

Poderão um dia

Responder a qualquer coisa

Pois a paz tão procurada

Quanto o brinquedo esquecido

Que a lembrança carregou na leve brisa

Continuam sempre lá

Tudo isso um dia a gente vai achar

Escondido nas dobras do tempo

Portanto

Mesmo que não sejam

Aquilo que imaginamos vazio

Precisa ser e estar

em equivalência com o Todo

O tudo e o nada

de forma a permanecerem

Perene e eternamente

Perfeitamente equilibrados

E é nisto que tudo consiste

Universo Perfeito

Alegria demais inexiste

e em contrapartida

nada pode ser assim... tão triste

Edson Ricardo Paiva