FOTO NA RETINA
A foto que ora vejo,
É de um arquivo especial.
Está guardada na retina,
Como história do vilarejo,
É troféu sentimental.
Ali passei minha infância,
Sonhando com esperança,
Em ser um dia imortal.
Nas ruas de terra batida,
Fiz pelada às escondidas,
Lancei pião com fieira,
Fiz visgo de gameleira,
Brinquei de pique esconde,
Com os companheiros e Bené.
Joguei bola de gude,
Diverti-me enquanto pude,
Ciranda de marré....marré.
Lembro-me de tudo agora,
Dos amigos de outrora,
Especialmente as brincadeiras,
Que eu fazia mais Dorinha...
Louca paixão desmedida,
Amor primeiro da minha vida,
Quinze anos ela tinha.
Ah! Mas como o tempo passa,
Como doem todas as mordaças
Que a vida nos impõe.
Se hoje eu pudesse traria,
Tudo aquilo que um dia,
Foi meu mundo de ilusões.