Ausência do voo

Madrugada,

Janela entreaberta...

Do vidro trincado

Aos poucos surge

O contorno do pássaro

Na ausência do voo

Ele e eu em silêncio

À espera do amanhecer,

Do nosso amanhecer

Para sentirmos as cores,

Do céu, das nuvens

Repletas de aromas e o gosto das tonalidades,

Que feito pinceladas intensas e soltas

Tingem, sem pressa, mais um início do dia,

O pássaro e eu,

Na impossibilidade do voo

Apenas, observamos

E sonhamos com as asas

Da liberdade...