Insanidade casual

Se agora posso

Estar aqui em meu canto,

Calado, pirado a observar

Os quatro cantos

Da sala que embala

Sobras de restos tímidos

Que fazem das cortinas

Sombras profundas

Sobre o local

Não delineado...

Na imaginação contida

Em razões de vivências

Já adormecidas

No que há muito se foi,

Canto, então, essa razão,

Em forma de valores

Evasivos que se dispersam

Pelos pontos mais frágeis

Do corpo a invadir

O pensamento que flui...

Buscando alento no som

Da respiração cortada

Pela emoção de estar

Só e poder ouvir

Uma música a dizer

Que na vida é tudo mesmo

Assim. Tudo vem e tudo

Passa naquele que veio

Com insana eloqüência,

Nela fica guardado!

Gravado num canto

Como este, para ser

Lembrado para todo

O eterno de sempre!

Segue e vai à procura

Dum raciocínio, imagino,

Que esteja a observar

Meus próprios tormentos

E possa desta forma,

Suavizar minha loucura!

Valdir Merege

Pinhalão-Paraná

Valdir Merege
Enviado por Valdir Merege em 28/04/2017
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