Insanidade casual
Se agora posso
Estar aqui em meu canto,
Calado, pirado a observar
Os quatro cantos
Da sala que embala
Sobras de restos tímidos
Que fazem das cortinas
Sombras profundas
Sobre o local
Não delineado...
Na imaginação contida
Em razões de vivências
Já adormecidas
No que há muito se foi,
Canto, então, essa razão,
Em forma de valores
Evasivos que se dispersam
Pelos pontos mais frágeis
Do corpo a invadir
O pensamento que flui...
Buscando alento no som
Da respiração cortada
Pela emoção de estar
Só e poder ouvir
Uma música a dizer
Que na vida é tudo mesmo
Assim. Tudo vem e tudo
Passa naquele que veio
Com insana eloqüência,
Nela fica guardado!
Gravado num canto
Como este, para ser
Lembrado para todo
O eterno de sempre!
Segue e vai à procura
Dum raciocínio, imagino,
Que esteja a observar
Meus próprios tormentos
E possa desta forma,
Suavizar minha loucura!
Valdir Merege
Pinhalão-Paraná