SAUDADE
A saudade é rio perene
Que nos dilacera no mais absoluto silêncio a nos silenciar
Conduz-nos nas mãos da ausência em noites sem fim
As estrelas caem na solidão sideral
Enquanto todos os meus ossos são esmagados ao sabor de sua fúria
Não ha limites para infringir sua dor lancinante
Mesmo os mais fortes se rendem e desfalecem por fim
Não há flores da primavera para consolar dor atroz
Assim são os pássaros que cantam suas tristes canções no inverso
Eu choro minhas saudades enquanto estou acordado
Disfarço o semblante descaído
Enquanto em meu peito vazio meu coração vai erodindo
De que me adianta a translação seu meus dias são invernos eternais?
De que adiante o contentamento se ele exauriu-se assim
Resta-me o consolo do vento que uiva por mim
Sinto-me como as escarpas de um penhascos sem fim
Onde a intrepidez do mar em fúria denominado saudade
Esmaga-me!!!
Rio, 23/03/16, Para meu filho Jay.