EM HORAS SILENCIOSAS
Em horas silenciosas
Sinto no mais profundo da alma
A presença das longínquas recordações,
Recordações essas que não canso de evocar.
Os seus ecos produzem nostalgias,
Ao mesmo tempo em que me fazem reviver
Os velhos sonhos envoltos
Pelas brumas das esperanças e das incertezas...
Em horas silenciosas
Posso sentir com imenso prazer
(E ao embalo das canções dos meus sonhos)
As chuvas cálidas das lembranças inesperadas;
Elas delicadamente lavam e refrigeram a alma
Com suas gotas que produzem
Uma combinação insólita de melancolia
Exultação, suspiros e saudades sem fim...
Nessas horas silenciosas
Manifesto a convicção de que sou uma alma
Solitária que divaga em meio a um colorido mosaico
De fotos esparsas, retratos, lágrimas, experiências
E memórias com suas promessas de glória.
Hoje penso, com a alma sensível de um poeta,
Que a maior alegria da vida
É também sonhar com o impossível...
Em horas silenciosas
Escrevo novas linhas de um doce poema
Pintado com as cores de reminiscências fulgurantes,
Reminiscências que também são coloridas
Com a força das minhas etéreas fantasias
Repletas de sentimentos contrastantes entre si.
Pois é nessas horas silenciosas em que me delicio
Com as fragrâncias de um tempo inesquecível...