AH! SE PUDESSE...
AH! SE PUDESSE...
Segurar o tempo...
Que corta a vida que passa...
Desenhar rabiscos de pontos...
Aqui um outrora gastos.
Travar com linhas de ferro...
As folhas que passam no vento...
Que cortam o rio de cores...
Que se fecha sem fundamento.
Dizer ao tempo que vive...
Que ontem seria melhor...
Que amanhã a outro dia pertence...
Ao tempo que a vida vence.
Ligar um ponto ao outro...
Quebrar um pedaço do dia...
Rasgar a lua que ilumina...
A noite quente que esfria.
Calar a voz que passa...
No grito que está a estilhaçar...
Seu mundo a se quebrar...
No riso do ontem lembrar
Dizer ao tempo voante...
Que não passe por um instante...
Que mantenha sua cor flutuante...
E que seja um caso impactante.
Fazer um caminho avesso...
Que leve a outro endereço...
Sem rumo, sem novo pretexto...
Firmando-se como um adereço.
Construir uma outra história
Quebraria as marcas da igualdade...
Criaria uma nova possibilidade...
Ditando uma nova liberdade.
Quebrar os paradigmas...
Leria um livro ao contrário...
Sentaria no banco solitário...
Viveria do imaginário.
AH! SE PUDESSE...