SAUDADE IV
Quando a saudade bate à porta...
É tempo de então pensar...
Seria a distância momento de dor...
Ou seria a dor uma lágrima a rolar?
Quando a saudade chega de mansinho...
É tempo de considerar:
Seria a saudade uma planta daninha...
Que está a perpetuar?
Quando a saudade chega sorrateira...
É tempo de questionar:
Seria saudade uma dor fininha...
Que está sempre a aumentar?
Quando a saudade é mais forte que razão...
É tempo de assim parar:
Seria a saudade um falar calado...
Que cala a alma que está a falar?
Quando a saudade tem seu dia contado...
É tempo de querer a vida parar:
Seria a saudade permuta com o tempo...
Que segue finito a vida a levar?
Quando a saudade pensa por si mesma...
É tempo de ir por um novo andar:
Seria a saudade presença constante...
Da dor presente do seu faltar?
Quando a saudade te prende o ar...
É tempo de ler um outro letrar:
Seria a saudade um ir por montanhas...
Em busca da saudade que está a apertar?
E quando a saudade não cabe no peito...
É tempo de tranquilamente esperar:
Seria a saudade um passar amanhã...
De um hoje que dói por não te encontrar?