SAUDADE IV

Quando a saudade bate à porta...

É tempo de então pensar...

Seria a distância momento de dor...

Ou seria a dor uma lágrima a rolar?

Quando a saudade chega de mansinho...

É tempo de considerar:

Seria a saudade uma planta daninha...

Que está a perpetuar?

Quando a saudade chega sorrateira...

É tempo de questionar:

Seria saudade uma dor fininha...

Que está sempre a aumentar?

Quando a saudade é mais forte que razão...

É tempo de assim parar:

Seria a saudade um falar calado...

Que cala a alma que está a falar?

Quando a saudade tem seu dia contado...

É tempo de querer a vida parar:

Seria a saudade permuta com o tempo...

Que segue finito a vida a levar?

Quando a saudade pensa por si mesma...

É tempo de ir por um novo andar:

Seria a saudade presença constante...

Da dor presente do seu faltar?

Quando a saudade te prende o ar...

É tempo de ler um outro letrar:

Seria a saudade um ir por montanhas...

Em busca da saudade que está a apertar?

E quando a saudade não cabe no peito...

É tempo de tranquilamente esperar:

Seria a saudade um passar amanhã...

De um hoje que dói por não te encontrar?

NEUZA DRUMOND
Enviado por NEUZA DRUMOND em 08/04/2017
Código do texto: T5965417
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