SAUDADE III
Um dia ela chega.
Bate à sua porta.
Não pergunta se quer ir...
E a saudade corta.
Um dia ela fala...
Chegou a sua vez.
Não há possibilidade...
Nem um provável talvez.
Um dia ela te surpreende...
Com um olhar penetrante...
E você vai sem seguir adiante.
Neste dia derradeiro...
Não há ontem, nem terceiro...
Não há hoje ou primeiro...
Não há agora ou devaneio.
Aí sim a saudade aperta...
Já foi e deixou uma porta aberta...
Aquela que bateu quando chegou...
Nunca mais se fecha...
Permanece triste na dor da espera.
E assim sem ação
A vida continua...
Sua vida já passou...
Não há outra opção.
Só a saudade que perdura
Num outro coração.