Tempo da saudade

Quando a saudade chegar será tarde!
Nem tudo é tempo para ser realmente.
Passou como nuvem numa tempestade.
Foi um verão alegre como verão polar...
A saudade repleta chegará desmascarada.
Permanecerá entre portas e janelas fechadas;
Nem mesmo uma fresta trará um resto de luz.
Nada para amenizar a dor que não haverá...
Porque tem uma saudade que não dói,
Apenas faz adormecer todos os sentidos.
A saudade doerá por ter nascido à toa...
Gerada e concebida entre duas maldades;
Um querer inútil e um desejo em vão.
E em vão doerá a saudade inútil...
Daquilo jogado no ar tempestuoso,
Junto à nuvem se foi para sempre...
Sempre é muito, muito tempo!
É tempo demais para uma saudade!
Envelhecerá lentamente uma alma aflita.
Muitas perguntas surgirão incessantemente;
Não terão respostas além do próprio vazio...
Nada... Estarão no nada absoluto!
Perpetuado no sentido do nada que fez...
Sempre é muito, muito tempo...
Tempo para uma saudade sem explicação.
Um novo verão polar chegará inútil!