Saudade

Táta, ô Táta

Por onde anda você?

Vem, abre essa porta

Faz tempo que a gente não se vê...

Acende os gravetos no fogão

Corta a folha de bananeira

Amassa com tuas mãos aquele pão

E assa com teu jeitinho, à tua maneira...

O tempo passou, como passa o vento

Rápido, ligeiro, mas não esqueci

Da tua alma leve, coração imenso

Ainda sou menino, só na casca envelheci

Táta, ô Táta

Anda, vem aqui fazer pirão d'água

Linguiça na brasa, manteiga no pão

Não deixe a saudade viver no meu peito não...

Saiba que o teu menino

Não fugiu nunca da luta não

Cresceu e aprendeu vivendo

A reconhecer no outro um irmão...

Tudo bem, não tem nada não

A gente conversa, coração pra coração

Não somos só carne, mas pura emoção

E amor de verdade, ah, nunca acaba não...

Táta, ô Táta

Fique triste não, pois tua semente

Segue firme e forte na gente

Plantada, enraizada, crescendo, prá sempre...

Salvador Neto
Enviado por SEBASTIAO em 31/03/2017
Código do texto: T5957352
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