MINHA MENINA

MINHA MENINA

Quando você nasceu,

Eu era platéia.

Iluminei um palco,

Só pra ver você brilhar.

Você cresceu,

Aprendeu muito

E brilha,

Ofuscando as luzes da ribalta.

Foi isso que busquei para você,

Fui gigante,

Fui parceiro,

Fui presente.

Perdi sua posse,

Doei-lhe para o mundo.

Sorri quando você venceu,

Chorei quando lhe perdi.

De ombros caídos

E quase caminhando lento,

Contemplo o teu palco,

Espaço que divides hoje,

Com teu amigo e companheiro.

Sinto inveja dele,

Pois tem em seus braços,

A posse de quem perdi.

A posse de quem,

Não deixo de amar.

Contento-me com a lembrança meiga

De tua voz suave,

De teu semblante terno,

De tuas lindas mãos.

Ah minha menina!

Que falta você me faz,

Quando estou triste,

Carente de você.

Ah minha menina!

Ando muito ocupado,

Pensando na construção de um novo palco.

Desta vez,

Não estou só.

Você e seu amor,

Dividem comigo,

A alegria da construção,

Do filho que ainda não querem ter.

Quando ele chegar,

Talvez eu já não tenha lágrimas.

O meu sorriso talvez,

Não seja escancarado,

Como foi no dia em que você chegou.

Mas...

Dias melhores virão em sua vida.

Nas nossas vidas.

Antes que escureça,

A minha ribalta.

Rui Azevedo – 06.08.2007

Foi assim que consegui dissipar a saudade de minha filha Pollyanna.

Rui Azevedo
Enviado por Rui Azevedo em 06/08/2007
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