Ahhh... meu Pai!
Ah meu Pai...
Você seguiu deixando o gostinho de quero mais
Você seguiu deixando o que eu necessitava
Você seguiu deixando a sensação de paz
Você seguiu deixando a certeza do bem
Ah meu Pai...
Naquele momento tão complicado
Assumi que seria difícil ser igual a ti
Naquele momento tão complicado
Ouvi as suas palavras que assim as traduzi:
“Não posso terminar minha passagem
Deixando apenas a minha metade.
Deixo o meu todo para servir como alavanca
Para que sejas mais, muito mais do que eu fui.
Espero não me decepcionar e falhar na missão
Por isso, seja mais e busque aos seus limites
Vá além do que aquilo que eu deixo para ti
Se supere!"
Ahhh meu pai...
Não fui o melhor, assim ele se assumia
Não poderias ser, assim ele afirmava
Fui simplesmente pleno, assim eu o assimilei
Como haveria de ser, assim eu o reconheço
Ah meu Pai.
Você segue presente no meu amor e a dor não assola
Você segue presente na minha alegria e sem as lágrimas
Você segue presente na minha alma como uma criança
Você segue presente na minha lição de casa e em paz
Meu Pai. Ahhh meu Pai.
Ele se foi em 2004 e passados alguns dias, essa era a sensação que transferi para o papel, que perdura até hoje. Leveza e agradecimento pelo privilégio de aprender e compartilhar parte das nossas jornadas terrenas.