Ausência

É sobre o incansável ciclo do jogo

De vocábulos e trocas

A falta do afastamento

Que vem à tona

Pela ausência incógnita

Só se tem em pensamento aquele ser

Aquele ar, aquele afago, aquele imaginar

Respirar o mundo a dois ou mais

O sentir, no mesmo grau, para ambos corações

Exclusiva sintonia pode não vir a ser

Mas, é a energia tanto compartilhada

Talvez, a dor, o pesar, o sofrer

Integrem o conjunto

Que não se faz somente pela alegria

As montanhas frágeis formadas

Na natureza peculiar

Muitas vezes, momentâneas, também, constantes

O avassalador vento que ronda pelo corpo

E faz os seus cabelos flutuarem

Como se não houvesse gravidade

Além da que vem de dentro

Quaisquer ações cotidianas

Que em um simples sinal vermelho

Façam-lhe repensar

Nos acasos não-acasos

Nas circunstâncias traçadas

Por fatos predestinados

Que desenharam a sua passagem

Fechar os olhos

No intuito de recriar, o universo perfeito

Repleto de personagens

Que são todos protagonistas

Fazer-lhe responsável

Pela benevolência

A qual consome esse existir

Não é sobre ser complemento, mas suficiente

E, inteiramente, completo

Enxergar, apenas, necessidade

De se ter outra completude

Que trará a criatividade

A maturidade ao notar o "não"

Como boníssimo "sim", quiçá n'outra estação

O deitar, criar, se debruçar

Sobre os péssimos hábitos do homem

A vida não assume culpa

Admitindo que é cenário

Da própria ilusão melancólica

É revolta pelas incertezas

Que trazem certeza do sentimento

Atravessar dunas de areia

Logo, ter queda pela pressa

E, não, sabedoria

O despertar da atitude convicta do que se quer

Conhecer o verídico significado

O criado lar

Do mais nobre dos encantos

Mariane Amaral
Enviado por Mariane Amaral em 02/03/2017
Reeditado em 18/05/2019
Código do texto: T5927978
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2017. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.