Ausência
É sobre o incansável ciclo do jogo
De vocábulos e trocas
A falta do afastamento
Que vem à tona
Pela ausência incógnita
Só se tem em pensamento aquele ser
Aquele ar, aquele afago, aquele imaginar
Respirar o mundo a dois ou mais
O sentir, no mesmo grau, para ambos corações
Exclusiva sintonia pode não vir a ser
Mas, é a energia tanto compartilhada
Talvez, a dor, o pesar, o sofrer
Integrem o conjunto
Que não se faz somente pela alegria
As montanhas frágeis formadas
Na natureza peculiar
Muitas vezes, momentâneas, também, constantes
O avassalador vento que ronda pelo corpo
E faz os seus cabelos flutuarem
Como se não houvesse gravidade
Além da que vem de dentro
Quaisquer ações cotidianas
Que em um simples sinal vermelho
Façam-lhe repensar
Nos acasos não-acasos
Nas circunstâncias traçadas
Por fatos predestinados
Que desenharam a sua passagem
Fechar os olhos
No intuito de recriar, o universo perfeito
Repleto de personagens
Que são todos protagonistas
Fazer-lhe responsável
Pela benevolência
A qual consome esse existir
Não é sobre ser complemento, mas suficiente
E, inteiramente, completo
Enxergar, apenas, necessidade
De se ter outra completude
Que trará a criatividade
A maturidade ao notar o "não"
Como boníssimo "sim", quiçá n'outra estação
O deitar, criar, se debruçar
Sobre os péssimos hábitos do homem
A vida não assume culpa
Admitindo que é cenário
Da própria ilusão melancólica
É revolta pelas incertezas
Que trazem certeza do sentimento
Atravessar dunas de areia
Logo, ter queda pela pressa
E, não, sabedoria
O despertar da atitude convicta do que se quer
Conhecer o verídico significado
O criado lar
Do mais nobre dos encantos